SELIC: O que é e como ela impacta a sua vida?

A SELIC é a taxa básica de juros da economia. É ela que é a referência para todas as demais taxas de juros aplicadas no país, como as taxas de juros utilizadas pelos bancos nos empréstimos a empresas e pessoas físicas (financiamento imobiliário, empréstimo pessoal etc.), bem como as taxas de juros dos investimentos (os títulos pré-fixados, os atrelados ao CDI etc.).

A SELIC tem, ainda, o papel fundamental de servir como instrumento de política monetária ao Banco Central do Brasil (Bacen, BC):

“A taxa Selic refere-se à taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia. O BC opera no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva esteja em linha com a meta da Selic definida na reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom).”

A SELIC também é utilizada pelo Bacen como instrumento de controle da inflação. Como vimos no artigo 8 Dicas Incríveis para Economizar Dinheiro, inflação é um processo econômico caracterizado pelo aumento de preços de bens e serviços.

Com isso, a inflação reduz seu poder de compra, de modo que o dinheiro se desvaloriza ao longo do tempo. Por exemplo, se a inflação acumulada estiver em 10% ao ano, isso quer dizer que seu salário de R$ 1.000 em um ano terá o poder de compra equivalente a R$ 900 no ano seguinte.

Com o aumento da taxa SELIC, o custo de aquisição de crédito (ou seja, os juros cobrados pelos bancos em empréstimos) aumenta. Esse aumento tem por efeito o desestímulo à tomada de empréstimo: i) pelas famílias para consumo, pois elas tendem a poupar em vez de gastar; bem como ii) pelos empresários para investimento em bens de capital, pois eles já preveem a diminuição de transações econômicas. Como a economia funciona com base na lei da oferta e da demanda, a redução dos gastos favorece a estabilização do preço de equilíbrio dos bens e serviços, tendo por consequência a queda da inflação.

Em resumo, se está mais difícil obter crédito, as famílias tendem a cortar gastos. Com a redução nas compras (ou seja, queda da demanda), há um excedente na oferta de bens e serviços, resultando na queda dos preços.

Só que a SELIC não tem impacto apenas no dia a dia das famílias. As empresas também são fortemente impactadas pela alta taxa de juros da SELIC. Isso porque a SELIC mais alta significa que as empresas terão um custo maior para obterem crédito, dificultando seu crescimento. Por tal motivo, uma SELIC mais baixa tende a ser mais favorável ao crescimento da economia, já que as empresas podem investir em seus negócios de forma mais barata.

Nos investimentos, a taxa SELIC mais alta pode ser sua grande aliada! Como vimos no artigo sobre Renda Fixa, muitos investimentos têm relação direta com a SELIC, como os títulos do Tesouro Direto, os títulos pós-fixados atrelados ao CDI (exemplo, 105% do CDI) e os pré-fixados, pois suas taxas sobem ou descem de acordo com o patamar da SELIC.

No artigo Renda Fixa: Aprenda a Investir, nós falamos inclusive sobre um mecanismo muito utilizado por investidores para ganhar com a queda da SELIC, a marcação a mercado. Confere lá!

Histórico da SELIC

O Brasil é conhecido por suas altas taxas de juros. De fato, são raros os períodos em que a SELIC esteve abaixo de 5% ao ano. Isso ocorreu apenas entre 01/07/1996 e 30/11/1997 e entre 12/12/2019 e 04/08/2021, sendo que já chegamos a ter SELIC em 45% ao ano, em 1999.

Recentemente, o COPOM decidiu manter a SELIC no mesmo patamar definido na reunião anterior, em 13,75%. Foi a primeira vez, em 13 reuniões consecutivas, que o COPOM decidiu por não aumentar a SELIC.

A alta teve início na reunião do COPOM de 17/03/2021, quando a SELIC saiu de 2% ao ano para 2,75% ao ano e chegou aos atuais 13,75% ao ano.

Veja abaixo o gráfico com a evolução da SELIC nos últimos dez anos (2012 a 2022):

Fonte: Banco Central do Brasil e Xô Pindaíba!

Essa interrupção do aumento da SELIC, pelo menos, por enquanto, se deve ao fato de a política monetária estar funcionando, pois tivemos três meses consecutivos de “deflação” (queda da inflação) pela primeira vez na história.

A SELIC deve cair ainda neste ano?

Na ata da última reunião do COPOM (21 de setembro de 2022), foi indicada a possibilidade de novos aumentos caso a queda da inflação não ocorra como esperado.

Essa definição deve ocorrer entre os dias 25 e 26 de outubro, quando o COPOM deve se reunir novamente para decidir o futuro da taxa básica de juros da economia.

Até lá, o investimento em renda fixa se mostra como uma ótima opção para quem quer garantir altas taxas de rentabilidade por bastante tempo.

Lembramos que nada aqui é recomendação de investimentos. É importante que você fale com um assessor de investimentos da sua corretora ou de um escritório especializado para que ele auxilie você a tomar as melhores decisões. As informações aqui contidas têm caráter meramente educacional e informativo, e não podem ser interpretadas como recomendação de investimento.

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