Reserva de Emergência: como montar a sua

Olá, leitores do Xô Pindaíba!

Este artigo é certamente um dos mais importantes do nosso blog.

Alguns brincam que se a sua carteira de investimentos fosse um time de futebol, a reserva de emergência seria seu goleiro.

E não é por menos, como visto no artigo “Por Onde Começar a Investir?”, a formação de uma reserva de emergência é o primeiro passo para uma carteira de investimentos bem estruturada e preparada para te proteger de qualquer cenário adverso, como uma crise política, sanitária, econômica ou mesmo um evento inesperado no seu trabalho ou na sua saúde.

Se tem algo que essa pandemia do COVID-19 nos ensinou é que o mundo pode entrar em lockdown a qualquer momento e você tem que estar preparado para imprevistos. Quem tinha reserva de emergência conseguiu se manter durante um período até reconquistar um emprego ou retomar as vendas.

Por onde começar?

O primeiro passo para formação de uma reserva de emergência é definir qual deve ser o tamanho de sua reserva.

O recomendável é que você calcule seu custo de vida mensal, contendo apenas aqueles itens que são essenciais à sua sobrevivência (aluguel, alimentação, saúde etc.).

Em seguida, deve-se avaliar quantos meses do seu custo de vida mensal devem ser guardados. O ideal é que se guarde uma reserva equivalente a pelo menos 6 meses do seu custo de vida mensal caso você tenha Carteira de Trabalho assinada. Já para o caso de você ser autônomo, a recomendação é de que sua reserva de emergência seja equivalente a 12 meses do seu custo de vida mensal.

Desse modo, se você verificou que precisa de R$ 3.000,00 por mês para manter seus custos essenciais, sua reserva de emergência deve ser equivalente a R$ 18.000,00 (seis vezes o seu custo mensal) ou R$ 36.000,00 (doze vezes o seu custo mensal).

Como formar a reserva de emergência?

Caso você esteja começando do zero e ainda não tenha muito capital para começar a investir, você pode dividir seus aportes entre reserva de emergência e sua carteira de investimentos de longo prazo (por exemplo, ações e fundos imobiliários que estejam muito “descontados” – leia-se, baratos) para poder aproveitar grandes oportunidades de valorização a longo prazo. Trataremos de ações e de fundos imobiliários em artigos específicos.

Por exemplo, se você tem uma renda mensal de R$ 3.000,00 e consegue investir 10% dela (ou seja, R$ 300,00), uma opção seria você investir metade dessa quantia (ou seja, R$ 150,00) em sua reserva de emergência e a outra metade (R$ 150,00) em ações e fundos imobiliários que estejam descontados.

Assim, você forma sua reserva de emergência ao mesmo tempo em que garante um potencial de valorização a longo prazo em sua carteira de investimentos.

Por outro lado, caso você já tenha uma quantia razoável para investir e que estava parada em poupança, por exemplo, você pode já separar o valor suficiente à sua reserva de emergência e aplicar o restante em sua carteira de investimentos.

Considerando seu custo de vida mensal de R$ 3.000,00 e uma poupança de R$ 50.000,00, por exemplo, você poderia aplicar os R$ 18.000,00 (se assalariado) ou R$ 36.000,00 (se autônomo) em sua reserva de emergência e utilizar o restante (R$ 32.000,00, se assalariado, e R$ 14.000,00, se autônomo) para investir em sua carteira de investimentos.

Além disso, o valor que você consegue investir mensalmente (os R$ 300,00 mencionados acima) não precisam mais ser aplicados em sua reserva de emergência, de modo que você pode (e deve) aplicá-los em sua carteira de investimentos, visando ao crescimento de seu patrimônio.

Onde aplicar a reserva de emergência?

Reserva de emergência não foi feita para especulação e para busca de grande valorização. A reserva de emergência deve ser investida em ativos que protejam seu patrimônio e que não estejam sujeitos a oscilação.

Portanto, o recomendável é que sua reserva de emergência seja aplicada em renda fixa, preferencialmente em títulos do Tesouro Direto, CDBs de bons bancos, com liquidez diária, ou mesmo contas correntes rentabilizadas de bancos como Nubank, Inter, PicPay entre outros, a fim de que você possa sacar esse valor a qualquer momento.

A reserva de emergência não deve se misturar com seus outros investimentos. Por isso, se necessário for, coloque sua reserva de emergência em um banco ou em uma corretora diferente da sua carteira de investimentos.

Atualmente, é fácil conseguir CDBs ou contas remuneradas que paguem pelo menos 100% do CDI e que tenham liquidez diária.

CDBs, ou Certificados de Depósito Bancário, nada mais são do que títulos de renda fixa emitidos por um banco com uma promessa de pagamento de uma rentabilidade em determinado prazo. A rentabilidade pode ser pré-fixada, pós-fixada ou atrelada à inflação:

  • Títulos pré-fixados são aqueles que prometem uma rentabilidade pré-determinada no título a ser paga por ano até o vencimento. Por exemplo, um CDB que pague 14% ao ano, terá uma rentabilidade, ao fim de 3 anos, equivalente a 42% do valor investido.
  • Títulos pós-fixados são aqueles atrelados a um índice, normalmente à SELIC (taxa básica de juros da economia) ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário, o que corresponde à taxa da SELIC -0,10%; ou seja, se hoje a SELIC está em 13,75%, o CDI está em 13,65%). Por exemplo, um CDB que pague 105% do CDI ao ano. Conforme a SELIC (e, por consequência, o CDI) varie, o título pagará 105% do CDI no período.
  • Títulos atrelados à inflação são aqueles que pagam uma rentabilidade equivalente à inflação + um valor pré-fixado. Por exemplo, um CDB que pague IPCA + 8% ao ano pagará o equivalente a 18% em um ano em que a inflação tenha sido de 10%.

Liquidez significa possibilidade de resgate do investimento em maior ou menor tempo. Há investimentos que só poderão ser resgatados no vencimento, outros que possuem liquidez diária (ou seja, podem ser resgatados a qualquer momento) e outros, como ações e fundos imobiliários, que podem ser vendidos e resgatados com facilidade, mas que podem sofrer oscilação em seu valor de mercado, de modo que não é recomendável investir nessas classes de ativo a curto prazo.

Para fins de reserva de emergência, o ideal é que se invista em títulos com liquidez diária, pois permitirão que você saque o valor investido no mesmo dia (ou no dia útil seguinte, a depender do horário de resgate) em qualquer situação para a qual sua reserva de emergência foi formada.

Para entender mais sobre CDBs, CDI e liquidez, veja os nossos artigos sobre Renda Fixa, Por Onde Começar a Investir? e o nosso Guia Xô Pindaíba!).

Conclusão

Uma vez formada sua reserva de emergência, você terá maior tranquilidade para investir de acordo com os seus objetivos e isso permitirá maior apetite a risco, já que, em caso de necessidade, sua reserva de emergência estará guardada para te proteger de um imprevisto.

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