Renda Fixa: Aprenda a Investir
Olá, futuros ex-Pindaibeiros!
Hoje vamos abordar em maiores detalhes a classe de ativos queridinha dos brasileiros.
Se você leu os outros artigos do blog, em especial o Guia Definitivo para Sair da Pindaíba e Enriquecer e Por Onde Começar a Investir?, você já deve estar familiarizado com o assunto.
São tipos de investimentos de renda fixa os títulos do Tesouro Direto, CDBs (Certificados de Depósito Bancário), as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), Debêntures, Letras de Câmbio e a Poupança.
Esses títulos podem ser pré-fixados, pós-fixados ou atrelados à inflação.
- Títulos pré-fixados são aqueles que prometem uma rentabilidade pré-determinada no título a ser paga por ano até o vencimento. Por exemplo, um CDB que pague 14% ao ano, terá uma rentabilidade, ao fim de 3 anos, equivalente a 42% do valor investido.
- Títulos pós-fixados são aqueles atrelados a um índice, normalmente à SELIC (taxa básica de juros da economia) ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário, o que corresponde à taxa da SELIC -0,10%; ou seja, se hoje a SELIC está em 13,75%, o CDI está em 13,65%). Por exemplo, um CDB que pague 105% do CDI ao ano. Conforme a SELIC (e, por consequência, o CDI) varie, o título pagará 105% do CDI no período.
- Títulos atrelados à inflação são aqueles que pagam uma rentabilidade equivalente à inflação + um valor pré-fixado. Por exemplo, um CDB que pague IPCA + 8% ao ano pagará o equivalente a 18% em um ano em que a inflação tenha sido de 10%.
Mas quer dizer que a Renda Fixa é fixa? Ou seja, ela não oscila?
Sim e não.
Os títulos de renda fixa não estão sujeitos a oscilações, caso você os carregue até o seu vencimento (ou seja, caso você não venda o título antes do seu vencimento).
Isso por dois fatores: (i) oscilações do índice ao qual o título está atrelado; e (ii) o fenômeno denominado “marcação a mercado”.
- Oscilações do índice ao qual o título está atrelado
Recentemente, passamos pelo primeiro momento na história em que tivemos deflação três meses seguidos.
De fato, a inflação (medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) caiu 0,68% em julho de 2022, 0,36% em agosto de 2022 e a estimativa é de que a inflação tenha caído mais 0,37% em setembro de 2022 (até o momento da edição deste artigo, o índice disponibilizado foi o do IPCA-15, que é uma prévia do IPCA e que tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias).
Em razão disso, quem tem títulos de renda fixa atrelados à inflação (por exemplo, como vimos acima, IPCA + 8% ao ano), sofreu uma queda nesses últimos três meses na parte relacionada ao índice.
O título continuou crescendo 0,67% ao mês (8% ao ano, divididos por doze meses), mas teve uma queda equivalente à parte atrelada à inflação. Nesse caso, em julho, por exemplo, o título teria tido uma rentabilidade negativa de 0,01%, ao passo que, em agosto, teria tido uma rentabilidade positiva de 0,31%.
Todavia, a longo prazo, a rentabilidade vai sempre ser positiva porque a inflação não tem como cair eternamente. A título de exemplo, segue a tabela disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, responsável por compilar os dados da inflação, em particular do IPCA:
Assim, se você investiu em janeiro de 2018 em um título com vencimento em dezembro de 2021, que pagava IPCA + 8% ao ano, você teria tido uma rentabilidade bruta (antes de imposto de renda) equivalente a 54,64% (22,64% de inflação no período + 32% da parcela pré-fixada do título (8% ao ano por 4 anos)).
Ok, mas e se eu vendesse meu título antes do vencimento?
Aí, seu título flutuaria de acordo com a marcação a mercado no momento em que você decidiu vender seu título.
- Marcação a Mercado
Marcação a mercado nada mais é do que o preço atual do título caso você queira vendê-lo antes de seu vencimento.
Ele pode variar para cima ou para baixo, a depender da situação econômica no momento em que você quiser vender o título.
Por exemplo, se em 2021 você tivesse comprado um título pré-fixado que pagasse 7% ao ano na época em que a SELIC estava em 6,25%, quando você tentasse vendê-lo em 2022 quando a SELIC estava acima de 13% (no momento em que escrevemos este artigo, a SELIC está em 13,75%), seu título valeria muito menos do que 7%. Isso porque, entre comprar o seu título a 7% ao ano ou um outro título disponível no mercado a 15% ao ano, qualquer um preferiria comprar o título que pagasse mais (15% ao ano).
Por outro lado, se você garante hoje um título que pague 15% ao ano e a SELIC venha a cair para 10% no ano que vem, o seu título pode valer muito mais do que 15% caso você opte por vendê-lo. Tudo depende de como o mercado irá precificar seu título.
No caso do Tesouro Direto, existe uma fórmula para calcular a marcação a mercado:
Por isso, é muito importante se programar e investir nos títulos adequados ao seu perfil e à sua estratégia de investimento para evitar ter de vender um título antes da hora e ser prejudicado pela antecipação do título em momento que não lhe seja favorável.
Todavia, em momentos como o atual, em que se espera que o COPOM não continue aumentando a taxa SELIC (como visto, a SELIC teve doze aumentos sucessivos e foi mantida em 13,75% ao ano na última reunião do COPOM), muitos investidores se utilizam do fenômeno da marcação a mercado como uma estratégia para lucrar.
Justamente pela expectativa de queda da SELIC no próximo ano, muitos investidores aproveitam para comprar títulos pré-fixados neste momento para, quando a SELIC cair, vendê-los a um valor maior do que o título pagaria se carregado até o seu vencimento.
Todavia, temos que relembrá-los de que nada aqui é recomendação de investimentos. É importante que você fale com um assessor de investimentos da sua corretora ou de um escritório especializado para que ele auxilie você a tomar as melhores decisões. As informações aqui contidas têm caráter meramente educacional e informativo, e não podem ser interpretadas como recomendação de investimento.
Por fim, vamos falar sobre a taxação de títulos de renda fixa.
- Quais Impostos são cobrados em títulos de Renda Fixa?
Os impostos usualmente cobrados em títulos de renda fixa são Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto de Renda (IR). Ambos os impostos seguem uma tabela regressiva de taxação, conforme demonstrado abaixo:
Existem, contudo, títulos de renda fixa isentos de imposto de renda, como as LCIs, LCAs, os CRIs, os CRAs, as Debêntures Incentivadas e a Poupança. Neste momento, nosso foco não é tratar de cada um dos títulos individualmente, mas não se preocupe, pois abordaremos cada um deles em artigos específicos.
No caso de LCIs e LCAs de curtíssimo prazo (com prazo de vencimento menor que 30 dias), pode vir a ser cobrado Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no caso de resgate antes do vencimento dos 30 dias.
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