iPhone 14 a R$ 7.599? Preço & valor: saiba a diferença!
Olá, leitores do Xô Pindaíba!
Muito bem-vindos de volta!
Hoje vamos tratar de mais alguns conceitos fundamentais das finanças pessoais!
O iPhone 14 vale R$ 7.599? Saiba a diferença entre preço e valor!
Há poucos dias, a Apple abriu as vendas da tão esperada linha do iPhone 14.
Em seu site, o preço está anunciado a partir de R$ 7.599, podendo chegar a R$ 11.599 na sua versão mais cara.
Mas será que vale isso tudo?
Está caro, barato ou o preço está justo?
Afinal, o que significam preço e valor?
Vamos analisar cada um deles.
Preço & valor: saiba diferença!
Preço é o que você paga; valor, o que você leva.
Essa é uma máxima da economia e que se encaixa muito bem no mundo das finanças pessoais! Vamos dar um exemplo elucidativo. João tem um desejo de consumo: ter um iPhone 14. Para ele, o celular vai gerar uma grande satisfação. Por isso, ele estará disposto a pagar um preço alto pelo aparelho. Caso contrário, embora esteja na mesma expectativa, se o preço for alto o suficiente para ultrapassar a satisfação esperada, ele tende a não o comprar. Essa é a lógica por trás da teoria das trocas econômicas.
Em outros termos, se você acredita que o valor é maior que o preço, então você fecha um certo negócio. Mas se você conclui que o preço é maior que o valor, então você não finaliza a transação. Essa conclusão só é válida se a escolha por determinado bem (trade-off), no processo de tomada de decisão, for racional.
Conceitos correlacionados
Para aprofundarmos um pouco sobre o tema “preço x valor”, precisamos abordar alguns conceitos correlatos, como: sujeito, objeto, necessidade, satisfação, utilidade e interesse.
Sujeito é o ser humano, que tem necessidades. Essas necessidades são a falta de alguma coisa. Essa falta gera uma insatisfação. Curiosamente, observando-se a realidade das pessoas, não é improvável induzir que o ser humano tenda a estar constantemente insatisfeito!
Por outro lado, objeto (ou coisa) é tudo que existe com exclusão do ser humano. Sob o prisma econômico, o bem (“recurso econômico” ou, doravante, somente “recurso”) é o objeto capaz de satisfazer uma necessidade humana e limitado na natureza e, por isso, passível de apreciação econômica. Dessa dicotomia deriva a lei da escassez econômica: as necessidades humanas são ilimitadas, mas os recursos são escassos!
Pirâmide de Maslow
Ainda sobre necessidades humanas, Abraham Maslow as elencou, as hierarquizou e chamou a elas de pirâmide de necessidades (ou Pirâmide de Maslow). São elas:

Outra configuração possível de necessidades humanas poderia ser dada como: primária, secundária e terciária. Na primeira, temos as básicas de sobrevivência (fisiologia); na segunda, as básicas de não sobrevivência (segurança e social); e na terceira, as da personalidade e do espírito (estima, realizações pessoais, religião etc).
Faremos, aqui, uma analogia com a área da biologia: um determinado órgão produz uma molécula tridimensional. Após ser produzida, ela é dirigida por um agente transportador através da corrente sanguínea até o seu receptor, também tridimensional. Quando a molécula (o recurso) se encaixa perfeitamente no seu receptor (a necessidade), tem-se a satisfação plena.
No exemplo do João, se ele declarou para si a necessidade exata de adquirir um iPhone 14 e se ele concluiu que a expectativa do valor gerado pelo celular será maior que seu preço (R$ 7.599), então ele fechará a compra e obterá uma satisfação plena. Mas o que é satisfação?
Satisfação é o efeito da incidência de um recurso apto (útil) a suprir uma necessidade. No viés econômico, o efeito geral da satisfação é o bem-estar decorrente do negócio transacionado. Essa é, aproximadamente, a sensação que uma parte das pessoas tem quando faz alguma compra em um shopping.
E a utilidade, característica dos recursos econômicos, o que seria?
Utilidade é a capacidade gradual de um bem em satisfazer uma necessidade humana. Conforme o exemplo do iPhone 14, o recurso gerou uma utilidade máxima, pois ele supriu 100% daquela necessidade.
O último conceito correlacionado é o de interesse, que é a posição favorável entre o sujeito e o objeto, ou seja, entre um ser humano com uma dada necessidade e um recurso apto a satisfazê-la. É exatamente este o cenário em que se encontra o João: ele se pôs em uma situação de interesse, pois declarou uma necessidade frente a um recurso útil a supri-la integralmente, resultando em uma satisfação plena.
Todas as definições vistas neste artigo serão melhor analisadas futuramente no estudo das transações econômicas (processo de formação do preço pelo produtor x processo de geração de valor para o consumidor), bem como na abordagem dos custos econômicos e contábeis dos bens e serviços.
Conclusão
Bem, leitores do blog, para finalizar nossa resenha, gostaríamos de fazer um breve apontamento!
Qual é o racional por trás da decisão que levou o João a adquirir o iPhone 14? Sabemos que, na realidade do dia a dia, é praticamente inviável tomarmos decisões totalmente racionais. Somos seres, primariamente, emotivos, emocionais; a racionalidade é que é antinatural!
De acordo com nossos valores aqui no Xô Pindaíba!, propagamos que devemos exercitar essa racionalidade na tomada de decisões. Planejar, executar e controlar nossas finanças são técnicas que podem ser desenvolvidas, refletidas e observadas através da prática até que se chegue à sua internalização completa. Também por isso criamos o blog Xô Pindaíba!. Acreditamos que a educação financeira é uma área do conhecimento que agrega valores relevantes às pessoas, de modo a conseguirem, dentre outros objetivos, sair do caos nas finanças rumo à tão esperada liberdade financeira!
P.s.: Saiba avaliar o consumismo!
Propomos que siga alguns passos no processo decisório antes de fazer qualquer gasto que possa impactar nas suas finanças (em particular, os gastos por impulso). Como abordado em maiores detalhes no artigo 8 Dicas Incríveis para Economizar Dinheiro:
- Deixar para amanhã: o desejo pelas coisas tende a ser muito maior antes de você comprá-las do que depois que você as compra. Uma forma de verificar se o que você quer naquele momento é algo de que você precisa ou apenas deseja é “deixar para amanhã”. Quando der de cara com aquele item que você “sempre quis”, deixe para amanhã e veja se a vontade continua a mesma. No dia seguinte, repita o procedimento (rsrs);
- Calcular quantas horas você vai ter que trabalhar para pagar por aquele item: uma boa forma de desestimular o consumismo é ver quantas horas você terá de “sofrer” trabalhando para comprar aquele item. O cálculo é simples: basta dividir o seu salário (ou renda média mensal, em caso de autônomos) pelo número de horas trabalhadas para descobrir quanto você ganha por hora. Por exemplo, se você tem um salário de R$ 2.200 e trabalha 220 horas, isso quer dizer que sua hora vale R$ 10 (R$ 2.200/220 horas). Para você saber quantas horas você vai ter que trabalhar para pagar por aquele item, basta você dividir o valor do item pelo valor da sua hora. Exemplo: no caso do João, se ele ainda decidir comprar o novo iPhone 14 de R$ 7.599, ele teria que trabalhar 760 horas para poder comprá-lo (R$ 7.599/R$ 10 = 759,9 horas), ou seja, o equivalente a aproximadamente 3,5 meses só para pagar o novo iPhone! Se isso não te ajudar a evitar algumas compras por impulso, nós não sabemos o que vai; e
- Usar o Sensory Deprivator 5000: para os fãs da série How I Met Your Mother, esse artefato não é novidade. O Sensory Deprivator 5000 é um equipamento criado pelo protagonista da série, Ted Mosby, para evitar ver ou ouvir o resultado do Super Bowl que tinha acontecido na noite anterior e que ele e seus amigos haviam combinado de assistir juntos ao reprise. Esse equipamento vai resolver seus problemas de compra por impulso em shoppings, supermercados etc. (só tome cuidado para não sair andando no meio da rua com ele porque pode causar danos físicos rsrsrs):

Caso o desejo do João (ou o seu) de comprar o novo iPhone 14 passe por esse teste, significa que a compra provavelmente não está sendo feita por impulso. Apesar do preço alto do produto, o João (ou você) vê um valor justo nele, no mínimo.
Nos encontramos no próximo texto!
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