Investir ou pagar dívida: eis a questão!

Olá, leitores do Xô Pindaíba!

Como vocês sabem, nos artigos anteriores sempre falamos da importância e até mesmo da necessidade de toda e qualquer pessoa investir qualquer valor que seja. Porém existem algumas situações em que investir dinheiro é o menos aconselhável! Isso mesmo, dá para acreditar?

Vamos falar nesse artigo sobre a vantagem ou não de investir para pessoas que possuem dívidas. Você sabia que, em setembro de 2022, 80% das famílias brasileiras estavam endividadas? E os principais vilões, mais uma vez, são os empréstimos bancários e os cartões de crédito!

Breves considerações

Pessoas endividadas até podem investir, mas, como sempre, depende de caso a caso. Investir com dívidas é possível desde que as taxas de juros da dívida sejam bem menores do que o rendimento dos investimentos. E você deve considerar, ainda nesse contexto, que a análise deve levar em conta também o prazo de pagamento e o valor total da dívida nesse prazo.

Nesses casos, é até possível realizar os investimentos. Porém, as taxas de juros de dívidas bancárias e cartões de crédito são muito superiores à rentabilidade dos investimentos! Daí que o ideal sempre é tentar amortizar ou, na melhor das hipóteses, quitar as dívidas imediatamente, evitando-se a famosa “bola de neve”.

Como vimos nos posts do nosso instagram, atualmente a taxa básica de juros da economia brasileira é a taxa Selic, que atualmente está fixada em 13,75% a.a.. Considerando esse ponto e, ainda, a inflação a médio e longo prazo que é incluída no cálculo, as instituições financeiras e cartões de crédito facilmente cobram taxas superiores. O céu é o limite!

Por exemplo, já na largada, um investimento de renda fixa em CDB que tenha rendimento de 100% do CDI (13,65% a.a.) já é inferior à taxa média das instituições financeiras. Uma aplicação em Tesouro Direto pós-fixado 2029 na data de hoje (taxa Selic + 0,1770%), certamente também será inferior à taxa de juros cobradas por elas.   

Por outro lado, uma situação que compensa seria o caso da dívida imobiliária. A taxa média praticada pelo mercado é de 9,73% a.a., de modo que o rendimento de um investimento de 13,65% a.a. é superior! Mas, como sempre, depende de caso a caso!   

Mas para definir se vale a pena ou não, o que eu devo analisar?

Antes de tudo, o primeiro passo que deve ser dado é fazer o mapeamento da dívida. Você precisa descobrir qual é o valor total, o prazo de pagamento e a taxa de juros cobrada. Coloque tudo no papel ou em uma planilha de excel, sempre com as informações acima.

Depois disso, verifique o valor que está à sua disposição e tente alocá-lo para amortizar ou quitar a dívida, considerando curto, médio ou longo prazo. Tente estabelecer qual é o melhor custo de oportunidade na alocação, preferindo sempre as dívidas mais caras.

Dívidas mais caras normalmente são aquelas atreladas a juros maiores. Nem sempre se referem única e exclusivamente ao valor total da dívida. É claro que esse é um ponto importante, mas, sempre compensa mais amortizar uma dívida de baixo valor com juros mais altos do que uma dívida de grande valor com juros mais baixos. BoraFicarRico!1

A melhor dica sempre é negociar as dívidas exaustivamente. Entre em contato com seus credores e proponha acordos de renegociação. A renegociação sempre leva a vantagem para ambas as partes, pois o endividado deseja pagar e o credor receber.   

Depois disso, faça uma reserva de emergência e, então, monte uma carteira de investimentos.

E se eu tiver uma reserva de emergência, o que devo fazer?

A grande questão é saber se as dívidas vão consumir ou não toda a reserva de emergência. Levando em consideração os juros praticados pelo mercado, talvez compense utilizar pequena parte da reserva de emergência para as que possuem os juros maiores.

Não é indicado que toda a reserva de emergência seja utilizada, pois, como vimos nos artigos anteriores, se surgir alguma emergência, você poderá utilizar o valor e não precisará contrair mais dívidas. E, se contrair mais dívidas, você nunca sairá do ciclo vicioso de pagador de juros ao invés de se tornar um recebedor deles!

Qual seria o limite da renda que poderia ser comprometida com o pagamento das dívidas?

Você já deve ter ouvido por aí que você não pode comprometer grande parte das suas receitas. O ideal sempre é que você reserve 30% do total das suas receitas para economizar, seja de que forma for (reserva de emergência ou investir).

Mas, em razão do valor da dívida, você pode se deparar com a necessidade de utilizar uma parte considerável das suas receitas para pagar as dívidas. Aí meu amigo ou minha amiga, não tem muito o que fazer.

Você vai ter que readequar seu orçamento. Mas é indispensável que, ainda assim, você reserve parte dos seus rendimentos para constituir ou reforçar uma reserva de emergência e o mais importante: separe, ainda que irrisório, um valor para investir. Isso mesmo! Você deve investir, mesmo que o valor seja pequeno.

Segundo Charles Duhhig em seu livro “O Poder do Hábito” (livro físico) (e-book), são necessários 21 dias de repetição de uma ação para que ela se torne um hábito. Não adianta você quitar uma dívida, pois o seu hábito é ser devedor. Mude urgentemente para que o seu hábito seja ser investidor. Mudar o seu mindset é tão importante quanto quitar suas dívidas. 

Gostou desse artigo? Então, comente abaixo e compartilhe com seus amigos e parentes.

Ficou com dúvidas? Mande seus questionamentos para o nosso e-mail (contato@xopindaiba.com.br) ou deixe nos comentários que responderemos em breve!

Quer ter acesso a ainda mais conteúdo? Siga nossa página no Instagram @xo.pindaiba e fique por dentro de vários outros assuntos e alertas sobre o mundo das finanças pessoais.

Quer aprender mais sobre o mundo das finanças e de investimentos? Preparamos uma lista com os Livros Recomendados pelo Xô Pindaíba! Comprando pelos links da lista, você ajuda o blog a crescer e a trazer ainda mais conteúdo para mais pessoas!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

três × 4 =