Renda variável: guia básico definitivo!
Olá, amigos do blog Xô Pindaíba!
Hoje trataremos com mais detalhes da classe de ativos de renda variável.
Preparamos este guia essencial da renda variável para nossos leitores!
Sugerimos também, ao final, a leitura do artigo do blog “renda fixa: aprenda a investir!” para complementar os estudos.
Vamos juntos nessa jornada?!
O QUE É RENDA VARIÁVEL?
Renda variável (ou ativos de renda variável, ou ativos de risco) é a classe de ativos com rendimento incerto (quanto à existência) e imprevisível (em relação à quantidade) no momento da sua aquisição. Por isso, são classificadas como de alto risco. Em outros termos, são ativos alocados para aplicação financeira cujo risco é tão alto que seu retorno não é garantido. Você pode, inclusive, perder todo o dinheiro investido.
Exemplificam-se como tipos de ativos de renda variável, cada um com suas próprias características de risco, de liquidez dentre outras: as ações, os fundos de investimento (imobiliários, multimercados, de ações etc.), os fundos replicadores de índice (ETFs etc.), os certificados de operações estruturadas (COEs), os derivativos (opções, contratos e minicontratos futuros etc.) entre outros.
Comparando: na renda fixa, há um nível de certeza sobre a rentabilidade do ativo; já na renda variável, não é possível ter essa certeza. Aquele que compra uma ação, por exemplo, sabe que estará sujeito à valorização ou desvalorização do papel ao longo do tempo, mas é impossível saber de antemão o quanto será essa variação. Não dá para saber, inclusive, se a empresa irá falir um dia e, consequentemente, sua ação perder todo seu valor.
Vamos ver agora algumas de suas características.
CARACTERÍSTICAS DA RENDA VARIÁVEL
VANTAGENS
A principal vantagem da renda variável é a possibilidade de ganhos superiores aos da renda fixa. Por exemplo, se um fundo imobiliário é bem gerido, a economia e o setor de imóveis estiver favorável, se a SELIC está baixa etc., então o valor da quota deste fundo tende a se valorizar mais que um ativo de renda fixa (que pague SELIC, por exemplo). Obviamente a análise é caso a caso, mas essa é uma visão geral da correlação entre um e outro.
Existem outras vantagens específicas para cada tipo de ativo de renda variável, tais como: benefícios tributários, facilidades na aquisição do ativo etc. Abordaremos isso futuramente em artigos específicos. Vale ficar ligado no blog!
RISCOS
Quanto aos riscos, tratemos primeiro de seu conceito. Risco é o grau de incerteza da rentabilidade (retorno) de um investimento. É a possibilidade de não se atingir o retorno esperado do investimento. Dizer que um ativo é de alto risco significa que é muito difícil prever, com precisão, o retorno do investimento. Por outro lado, conforme já explicitamos, ele tem o potencial de rendimento superior ao de um investimento conservador. Em artigo futuro, analisaremos mais detalhadamente os vários tipos de risco.
Os riscos comuns a todos os ativos de renda variável são os de mercado e de liquidez. O risco de mercado significa que o preço do ativo está sujeito à variação em razão da oferta e demanda do mercado. Eventualmente você necessitará realizar sua posição no ativo de risco (ou seja, vender) e ficará sujeito ao valor de mercado, que pode ser menor que o preço de aquisição, situação que se configura como prejuízo. Por isso que os ativos de renda variável devem ser alocados com objetivo de resgate no longo prazo.
Um apontamento: antes de começar a investir, para ter uma gestão eficiente da sua carteira de investimentos, é importante saber qual o perfil de investidor: conservador (aversão ao risco), agressivo (tomador de risco) ou moderado. Caso ainda não tenha feito, sugerimos a leitura de “Por onde começar a investir” em nosso blog!
Por sua vez, o risco de liquidez significa o risco de não se conseguir vender com facilidade determinado ativo porque possui pouca ou nenhuma liquidez. Entende-se como liquidez a conversão de um ativo em dinheiro (sem perda de rentabilidade, ou uma perda mínima). Uma ação da Oi (OIBR3) nos dias de hoje (novembro de 2022), por exemplo, tem baixa liquidez a preço de mercado, pois sua demanda é baixa. Para que haja a transação, é necessário baixar muito o valor para dar liquidez. Tal ação tem, portanto, alto risco de liquidez.
Uma curiosidade: o ativo referência de liquidez é a própria moeda corrente. Uma nota de R$ 200 pode ser trocada por um bem, ou um serviço, de preço equivalente imediatamente e sem qualquer custo. Nesse caso, essa cédula é contabilmente classificada como um ativo monetário, não se sujeitando, portanto, à análise de risco dos ativos financeiros (exemplo: os renda variável).
VOLATILIDADE
Conforme já vimos, os ativos de risco podem sofrer oscilações de seu preço. Isso se chama volatilidade. Mas o que precisamente isso significa? Volatilidade significa o grau de oscilação do preço de um ativo de risco em um determinado período. Dizer que uma aplicação é muito volátil significa que seu preço de mercado está sujeito a grandes oscilações. Isso pode decorrer de vários fatores como, por exemplo, falta de liquidez das ações de algumas companhias (CIAs).
Recomenda-se, por isso, a alocação dos ativos de risco para o longo prazo. Essa percepção é muito relevante na formatação da carteira de investimentos.
NEGOCIAÇÃO
Os ativos de renda variável são negociados na B3 (bolsa de valores brasileira). Sua função primordial é a de organizar, manter, controlar e garantir que os sistemas estejam adequados para a efetivação de transações dos ativos negociáveis no mercado financeiro.
Já a regulamentação do mercado financeiro cabe à CVM (Comissão de Valores Imobiliários), autarquia federal, que também tem como função fiscalizar, julgar e sancionar os agentes de mercado que infringem tal regulação em procedimento administrativo próprio.
GARANTIAS
As duas principais garantias do mercado financeiro brasileiro são o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e o Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízo (MRP).
O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) é uma pessoa jurídica privada (associação civil) que tem como função garantir depósitos em hipóteses específicas. Essa garantia limita-se ao valor de R$ 250.000 por CPF ou CNPJ, limitado a R$ 1 milhão a cada 4 anos, caso a instituição financeira torne-se inadimplente com suas obrigações. As aplicações financeiras garantidas por ela são: poupança, letra de câmbio (LC), letras hipotecárias (LH), letras de crédito imobiliários (LCI), letras de crédito do agronegócio (LCA), certificado de depósito bancário (CDB) entre outras. Para mais informações, clique aqui.
O MRP (Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízo) é um instrumento do mercado financeiro que tem como finalidade garantir o reembolso ao investidor até R$ 120.000 por prejuízos causados por erros e omissões de participantes dos mercados administrados pela B3. Ele é mantido pela bolsa e administrado pela BSM (supervisora de mercado). São agentes aptos a cometerem tais condutas: (i) as corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários; (ii) seus prepostos ou administradores pela intermediação de operações na bolsa (exemplo: compra e venda de ações); e (iii) serviços de custódia. O MRP, por outro lado, não se aplica a títulos de renda fixa, nem a investimentos em títulos do Tesouro Direto. Para mais detalhes, clique aqui.
ESPÉCIES DE RENDA VARIÁVEL
Vamos ter, agora, uma visão geral das espécies de ativos de renda variável.
AÇÕES
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Ações são títulos que representam uma parte do capital social das sociedades anônimas. Elas certificam aos seus titulares o direito de participar dos resultados da companhia. Seu titular é o acionista e elas podem ser de vários tipos. Vamos ver quais são eles? Vamos lá!
Tipos de ações (3)
Ações ordinárias (ou ações ON) são aquelas que conferem ao seu titular os direitos próprios de acionista (exemplo: direito de voto), com ou sem privilégios (patrimoniais ou outros). No Brasil, via de regra, são as que têm direito a voto, mas não a dividendos. São as ações usadas pelos acionistas “empresários”, pois seu interesse primordial é o de participar da gestão da sociedade.
Já as ações preferenciais (ou ações PN) concedem algum privilégio patrimonial ao seu titular, podendo ter também os direitos próprios de acionista. Regra geral, são as que dão direito a dividendos, mas não ao direito de voto. Esse privilégio é como se fosse uma forma de compensação pela perda ou diminuição do direito de votar. Nesse tipo de ação, o interesse principal dos sócios é o de renda ou o de especular, ou seja, é o acionista rendeiro ou especulador. Por isso, é mais comum termos ações preferenciais sem direitos próprios de acionista no mercado brasileiro.
Por fim, as ações de fruição são o resultado da amortização de uma ação ordinária, ou preferencial, pelo pagamento do que caberia ao acionista em caso de liquidação da sociedade anônima. Nesse momento, a ação já não mais representaria o valor correspondente ao capital social, e sim ao seu patrimônio líquido. Em suma, economicamente equivale a um dividendo extraordinário.
Direitos dos acionistas
Conforme mencionado acima, o que são os direitos próprios de acionista? Basicamente é o direito de votar e de participar das decisões da CIA. No geral, são os direitos ligados à participação e decisão no processo de tomada de decisões estratégicas da entidade, de veto sobre alteração nos estatutos da CIA, de participar de eleições exclusivas para eleição de alguns administradores da CIA dentre inúmeros outros direitos.
E o que seria essa vantagem patrimonial, mais comum nas ações preferenciais? Significa (i) prioridade no recebimento do dividendo (ou seja, antes das ações ordinárias, se houver); (ii) prioridade no reembolso de capital (ou seja, preferência na liquidação da sociedade); (iii) ou ambas.
Agora veremos, de forma geral, quais são principais formas de mensuração do valor das ações. Só vem!
Mensurações do valor das ações (as 2 principais)
Valor patrimonial (líquido) da ação é aquele que corresponde à divisão do patrimônio líquido (PL) pelo número total de ações. Por exemplo: se os ativos somam R$ 100 e os passivos R$ 70, então o patrimônio líquido é de R$ 30. Se a companhia decidir emitir 30 ações pelo valor patrimonial, então elas terão o valor de R$ 1 por ação.
Valor de mercado da ação é o valor da cotação na bolsa de valores (B3, no Brasil). Ele é influenciado por inúmeras variantes, como valor intrínseco da CIA (valuation), expectativa de seu crescimento, PIB, desempenho do setor, juros, inflação etc.
Negociação de ações
A regra é a livre transferência da propriedade das ações. Essas transações se dão nos mercados primário e secundário. No primário, adquire-se diretamente do emissor, é “primário” porque é a primeira negociação daquela ação e o destino do dinheiro é o caixa da empresa. Já no mercado secundário, negocia-se diretamente entre investidores sem interferência da companhia emissora das ações, é “secundário” porque já não é a primeira negociação daquela ação e o destino do dinheiro é o caixa do investidor, não o da CIA.
Bom, essa é apenas uma visão geral das ações. Em breve, faremos um artigo mais específico sobre o mais popular entre todos os ativos de renda variável. Avisaremos em nossas redes sociais. Fique ligado!
Agora, vamos à 2ª espécie de renda variável.
FUNDOS DE INVESTIMENTO
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os queridinhos do momento!
Fundo de investimento (FI) é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em ativos financeiros. Ele funciona como um condomínio residencial, onde cada um dos condôminos é dono de um apartamento (cota) e remunera o seu síndico (gestor do fundo) para administrar o prédio. Ou seja, vários investidores reúnem seus recursos para aplicar na bolsa de valores de forma conjunta.
Eles são de vários tipos, em especial: de renda fixa, de ações, cambial, multimercado, de previdência privada, imobiliários e ETFs. Além disso, podem ser fechados ou abertos.
Vamos à próxima espécie?
CERTIFICADO DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS (COEs)
COE é um certificado de uma operação financeira complexa que promete alto retorno. Alguns deles possuem, em caso de insucesso, risco limitado à devolução do valor nominal aplicado, já outros não garantem qualquer devolução. Tal operação possui 2 riscos específicos, a saber: (i) risco de crédito do emissor dos títulos de dívida da carteira (calote por inadimplência ou falência), por não ter, inclusive, a garantia do FGC; bem como o (ii) risco do custo de oportunidade, pois o retorno esperado por ele pode ser inferior ao de uma renda fixa que pague pelo menos inflação.
DERIVATIVOS
Derivativo é um ativo que deriva de outro ativo. Em termos específicos, são contratos que derivam de um ativo subjacente, que pode ser físico (soja, ouro, café, commodity etc.) ou financeiro (índice, dólar, opções etc.). Eles são negociados nos mercados à vista ou no futuro e têm por finalidade básica proteger (hedge) o ativo referido, mas podem ser usados para mera especulação (é uma das coisas que o que o trader faz). Pode-se citar como exemplos de derivativos um contrato futuro de petróleo, de dólar futuro, de índice Bovespa, de opções de ações, entre outros.
COMO INVESTIR EM RENDA VARIÁVEL?
Para a pessoa física fazer um investimento em renda variável, é preciso usar de serviços ofertados por bancos comerciais, bancos de investimento, corretoras de valores mobiliários ou de plataformas de investimentos que disponibilizam aos clientes tais aplicações. Em breve, publicaremos artigo relacionado a como abrir uma conta em uma corretora e começar a investir!
Muitos acreditam que só vale aplicar na renda variável quando os juros estão baixos, o que nos faz induzir que a renda fixa tem baixa remuneração. Mas, mais importante que os juros, é o seu perfil de investimento!
Primeiramente, ache seu perfil: conservador, arriscado ou moderado; só depois comece a investir. E o mais importante: não invista sem ter o mínimo de conhecimento de renda variável para não arriscar perder seu dinheiro!
Finalizando este artigo, para saber como montar uma carteira de investimento, acesse “Por onde começar a investir?“.
Leia também “Renda fixa: aprenda a investir” e complemente seus estudos.
Fontes de pesquisa: Anbima, B3 e CVM, Wikipedia, portal investidor, site igf.com.br.
![](https://xopindaiba.com.br/wp-content/uploads/2022/11/download.jpg)
mas é preciso investir para um dia ser rico.
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