Criptomoedas: muito além do Bitcoin!
Nos últimos anos, as criptomoedas têm ganhado cada vez mais destaque no mundo das finanças. Trata-se de um tipo de moeda digital que utiliza criptografia para garantir a segurança das transações e a descentralização das operações.
Uma das principais características das criptomoedas é a sua independência em relação a bancos e governos. Isso porque as transações são realizadas diretamente entre os usuários, sem a necessidade de intermediários.
Outra vantagem das criptomoedas é a sua segurança. Como as transações são criptografadas e registradas em uma rede descentralizada, fica muito difícil para hackers ou fraudadores alterar ou falsificar as informações.
Vejamos a seguir um breve histórico das criptomoedas, começando pelo Bitcoin, e cuidados que você deve ter ao decidir investir nelas.
A Primeira Criptomoeda: Bitcoin
As criptomoedas surgiram em 2009, com o lançamento do Bitcoin, que é considerado a primeira criptomoeda do mundo.
O Bitcoin foi criado por uma pessoa (ou grupo de pessoas) autodenominada Satoshi Nakamoto, que publicou o White Paper do Bitcoin (acessa aqui). O White Paper do Bitcoin é um documento de nove páginas escrito em 2008, que descreve o funcionamento do Bitcoin como um sistema de pagamento eletrônico descentralizado baseado em criptografia.
Ele propõe a criação de uma rede ponto-a-ponto (peer-to-peer ou P2P) onde transações financeiras podem ser realizadas sem a necessidade de intermediários (como bancos, governos ou órgão reguladores), usando a tecnologia blockchain para registrar e verificar as transações realizadas entre os usuários.
O White Paper apresenta o conceito de prova de trabalho (proof of work) como mecanismo para validar as transações e incentivar os mineradores, e também estabelece um limite de 21 milhões de unidades de Bitcoin que podem ser criadas.
Atualmente, aproximadamente 18,5 milhões de unidades de Bitcoin já foram mineradas e, segundo previsões de especialistas, todos os 21 milhões só serão minerados em 2144. Isso se dá pelo fato de que, a cada 4 (quatro) anos, a capacidade de mineração do Bitcoin cai pela metade.
Desse modo, o Bitcoin é deflacionário, diferentemente das moedas correntes (como o Real e o Dólar) que podem ser impressos ao bel prazer dos governos emissores, tornando-as inflacionárias (ou seja, elas perdem valor cada vez que mais um Real ou um Dólar é impresso).
Essa redução na capacidade de mineração do Bitcoin é conhecida como halving. A próxima está prevista para acontecer em 2024.
Quais são as Outras Criptomoedas?
Desde 2009, diversas outras criptomoedas surgiram, como o Ether, Ripple, Litecoin, entre outras. Atualmente, existe a absurda quantidade de quase 24.000 criptomoedas (veja aqui). Todavia, 99% delas não têm qualquer valor ou utilidade. Isso porque muitas criptomoedas são criadas por mera brincadeira (como as memecoins), ou para especulação (com promessas de retornos extraordinários).
De fato, existem diversas categorias de criptomoedas, além do Bitcoin. Vejamos algumas das principais:
- Altcoins: criptomoedas com algum tipo de funcionalidade, como o Ether (da rede Ethereum), Ripple, Solana e Litecoin, voltadas a servirem como meio de pagamento de bens e taxas de utilização das redes descentralizadas;
- Stablecoins: criptomoedas usualmente pareadas a algum bem da economia real, como o Dólar americano (Tether – UST e a USD Coin – USDC), ouro (Pax Gold – PAXG) entre outras;
- Memecoins (ou shitcoins): criadas inicialmente como piada ou como promessa de valorização extraordinária, esse tipo de criptomoeda tem como alguns de seus expoentes a Dogecoin (muito promovida pelo bilionário Elon Musk) e Shiba Inu.
Cuidados ao Investir em Criptomoedas
O valor das criptomoedas varia muito rapidamente e de forma imprevisível. Isso significa que uma pessoa pode investir em uma criptomoeda em um momento em que ela está em alta e, no dia seguinte, perder todo o seu dinheiro com a queda do preço.
Não é incomum ver uma criptomoeda disparando 800% em um dia ou 12.000% em uma semana e isso levar diversos investidores afoitos e iludidos pela promessa de rentabilidade elevadíssima e rápida a investirem boa parte de suas reservas em criptomoedas sem estudar seus fundamentos.
Todavia, assim como o valor dessas criptomoedas pode disparar milhares de vezes em questão de dias, elas podem ir a zero em questão de horas.
Milhares de criptomoedas já passaram por isso e hoje viraram pó e história para educação dos investidores.
Um dos maiores escândalos recentes do mundo das criptomoedas foi o da Terra Luna (Lunc). Seu valor sempre esteve perto de US$ 1,00 até o final de janeiro de 2021, quando começou o processo de especulação e valorização da criptomoeda, fazendo com que ela atingisse sua máxima de US$ 116,13 em 05/04/2022.
A partir daí, seu valor começou a desmoronar, e, entre os dias 04/05/2022 e 12/05/2022, a cripto perdeu 99,3% de seu valor, saindo de US$ 86,16 para US$ 0,00614. Hoje, a cripto está sendo negociada abaixo de US$ 0,0001.
![](https://xopindaiba.com.br/wp-content/uploads/2023/05/Lunc.jpg)
Por isso, é importante que quem deseja investir em criptomoedas esteja ciente dos riscos envolvidos e tenha uma estratégia bem definida. É importante pesquisar bastante sobre as diferentes criptomoedas disponíveis e entender seus fundamentos e as tendências do mercado antes de investir.
Uma das principais formas de investir em criptomoedas é por meio de corretoras especializadas (as exchanges). Essas corretoras permitem a compra e venda das criptomoedas de forma segura e fácil.
No entanto, antes de escolher uma corretora, é importante verificar a sua reputação e segurança. Isso porque, como as criptomoedas ainda não são regulamentadas, há o risco de corretoras mal-intencionadas ou com problemas de segurança.
Um exemplo recente de exchange que quebrou por conta de fraudes foi a FTX, que, inclusive, tinha inúmeros famosos como patrocinadores, inclusive Giselle Bündchen e seu ex-marido Tom Brady.
Em razão disso, é importante pesquisar bastante quais exchanges são mais confiáveis, possuam muito investimento em criptografia e segurança para prevenir de ataques de hackers, possuem contabilidade bem organizada e, de preferência, pessoa jurídica no Brasil.
Not your keys, not your coins
Essa máxima do mundo das criptomoedas visa a proteção do investidor de perder tudo o que tem em casos de ataques de hackers ou quebras de exchanges, como aconteceu com a FTX.
Como as exchanges são alvo de vários ataques de hackers todos os anos, a única forma de você estar totalmente seguro é transferindo suas criptomoedas para uma carteira física (cold wallet) ou digital (hot wallet).
Ao transferir para uma dessas carteiras, só você tem acesso aos seus criptoativos, que estão guardados por várias camadas de criptografia e que precisam de uma combinação de palavras que só você tem para que possam ser acessadas.
A diferença entre a carteira física (que mais parece um pen drive) e a carteira digital é que se você perder ou quebrar a carteira física, você pode nunca mais conseguir recuperar os criptoativos que estavam ali armazenados. Em contrapartida, a carteira digital fica online e tende a ser menos segura do que a carteira física justamente porque só quem estiver com a carteira física em mãos é capaz de acessar os criptoativos.
Por tal motivo, é extremamente recomendável que, após comprar os criptoativos em uma exchange, faça-se a transferência para uma carteira física ou digital e salve suas chaves de acesso em um lugar muito seguro.
Qual percentual da carteira deve estar alocado em criptomoedas?
Em razão de sua alta volatilidade, o ideal é que o percentual alocado a criptomoedas não ultrapasse 5% de sua carteira.
Obviamente que se você tem um perfil mais arrojado, investe em criptomoedas mais seguras como Bitcoin e Ether e tem objetivo de ter uma exposição maior ao mercado internacional e a ativos que não possam ser confiscados por governos, esse percentual pode ser maior. Todavia, temos que alertar para os riscos de quedas bruscas e redução patrimonial acentuada.
Nesse sentido, faça seu estudo das criptomoedas que podem ser interessantes para os seus objetivos de investimento e siga com bastante cuidado.
Conclusão
Em resumo, as criptomoedas são uma forma interessante de investimento para quem deseja diversificar a sua carteira. No entanto, é preciso estar ciente dos riscos envolvidos e ter uma estratégia bem definida. Além disso, é importante escolher corretoras seguras e confiáveis para realizar as transações e armazenar suas criptomoedas em carteiras física ou digital.
Lembramos que nada aqui é recomendação de investimentos. É importante que você fale com um assessor de investimentos da sua corretora ou de um escritório especializado para que ele auxilie você a tomar as melhores decisões. As informações aqui contidas têm caráter meramente educacional e informativo, e não podem ser interpretadas como recomendação de investimento.
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